segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Limpeza Geral

Às vezes as mudanças chegam de fininho na nossa vida, a gente não percebe, as coisas vão acontecendo e, naturalmente, se modificam. Outras vezes, algumas situações nos obrigam a mudar, até de forma brusca, a nossa vida.

E são vários os fatores que podem ocasionar uma mudança: vida, morte, amor, dor, felicidade, tristeza, fartura, pobreza... Mas não importa o que gera essa mudança, uma coisa é fato: as mudanças são muito difíceis. Da mesma forma que por mais significativa seja a mudança, toda mudança altera nosso estado de espírito.

Cada mudança mexe com nossos sentimentos de uma maneira. Nunca saberemos, antes da mudança, como vamos nos sentir quando ela acabar. Podemos, no máximo, prever.
Acho isso muito interessante.
Um dia temos uma vida, uma rotina, alguns hábitos e somos assim. Acreditamos que isso nunca vai mudar; no dia seguinte, acordamos e nos deparamos com uma nova realidade, com novas possibilidades e até outro lugar e novos hábitos.
Estamos em constante processo de renovação e atualização. E isso é muito engraçado: é a prova de que não temos poder sobre nada; de que somos tão vulneráveis a ponto de não termos controle nem mesmo sobre nossa carcaça!

Essa coisa de mudança chega até a ser engraçada.

Podemos passar uma parte da nossa vida acreditando em um ideal, dez anos depois acreditar veementemente que estávamos errados e, mais tarde, descobrir que, na verdade, somente deveríamos ter seguido os ideais do amor, da integridade, da dignidade, da honestidade, da ética e da generosidade.

Hoje estou em pleno processo de mudança. Aquele estágio em que ainda não terminei de me adaptar às mudanças, não sei até onde vão me levar e vou permitir que me levem. Também não consegui verbalizar meus sentimentos, meu coração não sabe se bate ou apanha.

Por enquanto, só posso tentar conduzir essas mudanças da melhor forma possível: acredito que esse seja o melhor momento para "limpar o armário". De vez em quando, devemos fazer uma limpeza geral.
Ando analisando o que eu quero e o que não preciso na minha vida. O que não vai fazer falta, simplesmente jogo fora ou passo para quem pode precisar.
Pedi muito para ver o que acontece ao meu redor, vi o que precisava saber para ficar ou sair de uma situação ou uma relação.
Recentemente, tive uma grande decepção e, por mais decepcionante que tenha sido, eu não me surpreendi tanto, o que me fez ficar mais decepcionada comigo que com a situação. Uma vez que tudo estava acontecendo embaixo do meu nariz.

Ao mesmo tempo que tive esse desapontamento, encontrei algumas joias raras as quais me apeguei de tal forma, que espero nunca as perder de vista, independentemente de qualquer mudança.

Por mais que ainda esteja em estado de choque com tudo que ando descobrindo e com todas essas mudanças, acredito que o saldo final seja positivo. Espero estar certa!

Mas assim é a vida, cheia de mudanças, positivas ou não. Cabe a nós decidir como receber e lidar com elas.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um dia perfeito!

Hoje, especialmente hoje, eu decidi que meu dia seria bom.
Decidi que, só hoje, seria a pessoa mais feliz do mundo.
Assim que abri os olhos, pensando que não tinha motivos pra levantar, lembrei que não podia desperdiçar mais um dia da minha vida, e que, pelo menos hoje, meu dia seria perfeito.
E assim foi: estava bem mais otimista.
Mesmo atrasada, consegui enxergar que um dia maravilhoso estava por vir.
Dei sorte logo de cara: o ônibus chegou no ponto junto comigo e o último lugar vazio me esperava.
Comecei ouvindo musicas deliciosas e lendo um livrinho leve no caminho para o Centro.
Desci um ponto antes, mesmo atrasada, para curtir mais o caminho e o dia que realmente estava lindo.
Olhava as coisas com outros olhos, com vontade de estar naquele lugar e naquela hora.
Era para eu estar ali!
A sincronia das situações foi perfeita.
Ao longo do dia as coisas foram funcionando, e encontrei pessoas muito queridas.
Os problemas não podiam ser maiores que aquela sensação boa que estava sentindo.
Resolvi cuidar de mim, levantar meu ego e me sentir mais bonita.
Como isso me fez bem!
Aproveitei o dia para pensar mais nas minhas coisas, e no que eu quero pra minha vida.
O finzinho do meu dia foi muito especial, também.
Pude ouvir e dar carinho para o meu amor, que anda precisando muito de mim.
Eu também preciso muito dele, e foi muito bom poder mostrar pra ele como é importante e especial na minha vida!

Coincidentemente, hoje faz um ano que operei.
É a sensação que tive, foi de vida nova.
Como se hoje, fosse meu aniversário!
E não deixa de ser, pois há um ano ganhei uma nova vida.
Virei uma nova pessoa: meu corpo mudou, meus hormônios enlouqueceram, passei a ver as coisas de um jeito diferente, fiquei mais sensível, mais realista e, ao mesmo tempo, voltei a sonhar.

Hoje foi mais que um dia perfeito, foi uma celebração da vida. Da minha nova vida.
Estou começando a gostar dela e a colher os bons frutos do que me aconteceu.
Sim, meu dia maravilhoso foi doce.
E espero sentir esse gostinho doce mais vezes.
Até porque, um docinho nunca faz mal!

. . .

Girl, put your records on,
tell me your favorite song.
You go ahead, let your hair down.
Sapphire and faded jeans,
I hope you get your dreams.
Just go ahead, let your hair down.
You're gonna find yourself some where, some how.
. . .

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Erros construtivos, ou não.

É incrível a capacidade das pessoas de errar.
Todos estamos suscetíveis ao erro o tempo todo, não tem jeito, somos humanos.
Sempre conseguimos errar, até quando queremos acertar.
Erros fazem parte da vida.
O que seria dos acertos se não existíssem os erros?

O engraçado, é que sempre estão associados à coisas negativas.
Mas acredito que não precisa ser assim, dependendo do erro.
Se conseguirmos aprender alguma coisa construtiva com um erro, ele não foi apenas um erro, mas uma chance de fazer certo da próxima vez.
Meus erros são constantes, e ando errando mais que o normal.
Mas erro tentando encontar alguma coisa, entender outras e, finalmente, descobrir o caminho certo.
Assim que deve ser. Aí não tem erro que nos supere!

Os piores erros são aqueles em que alguém sai magoado.
Quando fazemos isso, colocamos à prova a confiança que essa pessoa tem na gente e nessa relação.
Esses, a princípio, são imperdoáveis, mas são consertáveis.
Para eles, não adianta pedir desculpas.
Claro que não tem como não pedir desculpas quando erramos e queremos consertar, mas elas somente serão válidadas com gestos sinceros de arrependimento e provas de que não o fará novamente.
Às vezes, a vontade é de dar um "Ctrl + Z" numa situação e corrigir tudo que fizemos de errado, pena que não tem como fazer isso.
Seria tão bom!
O problema é que lidar com pessoas é muito complicado.
Nunca sabemos quando estamos acertando ou errando. Não temos bola de cristal para saber o que agrada os outros o tempo todo.
Temos que usar o nosso bom censo, um padrão de educação já estabelecido na sociedade, cruzar os dedos e rezar para a pessoa estar de bom humor.
Aliás, seria ótimo se todas as pessoas adotassem o bom humor para a vida.
Com bom humor, tudo flui!
Mas isso é outro assunto.

O bom disso tudo é que, junto com os erros, está o perdão.
Podemos nos perdoar e sermos perdoados pelos nossos erros.
Mas sempre devemos tentar errar pouco, aprender com eles e tomar muito cuidado com os sentimentos alheios.

=)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Keep Walking...

Uma nova fase, pede tudo novo.
Por isso, resolvi fazer esse blog. Só que não deletei o antigo.
Hoje, estava num momento muito nostálgico, e resolvi dar uma lida nele. Só pra lembrar como era minha cabecinha e o que acontecia na minha vida há uns anos.
Foi então, que me deparei com essa postagem do dia 26.12.2008:

por.um.mundo.sem.rótulos

"As pessoas perdem muito tempo rotulando as coisas, as situações, os relacionamentos e as outras pessoas.
Acredito que rótulos são para os fracos de cabeça e atitude.
Sempre vivi a minha vida sem rótulos, sempre fui feliz dessa forma.
Rótulos atrapalham, estragam situações, afastam pessoas, promovem o preconceito e a discórdia.

As pessoas deveriam parar de perder tempo com os rótulos, e começar a viver mais. Porque ficamos muito pouco nessa carcaça e não podemos nos dar ao luxo de perder tempo.

Onde há rótulos, dificilmente há verdade e amor. Pois quando o sentimento é verdadeiro e puro, não conseguimos mensurar e verbalizar; apenas sentimos e ficamos mais completos.
O Amor é auto-explicativo. Quando se ama, simplesmente se ama. Não há necessidade de explicar os motivos, as causas e mensurar esse sentimento.
O Amor, é o Amor e ponto final.
Da mesma forma que não há necessidade de sair gritando o Amor, pois esse deve ser sussurrado e guardado, nunca banalizado. Acho muito fácil gritar aos sete ventos que se ama alguém, e nunca demosntrar. Gritos não demosntram nada concreto.
Uma vez o meu avô me disse uma coisa que eu nunca esqueci: "O amor é calmo, sereno. Quando se ama de verdade e é recíproco, se fala baixinho pois os corações estão próximos. Só gritamos quando estamos distantes."

. . . . . Queria tanto superar esse meu medo de amar, de gostar, de expressar emoções e de me relacionar. Sinceramente, eu queria poder confiar mais nas pessoas e me abrir mais, sabe?
Pular sem ter medo de cair, como eu fazia. Mas agora tá difícil chegar no pé da montanha. Escalar para poder pular me parece impossível!
Mas é algo que eu estou tentando superar em prol da minha evolução.
Queria entender como eu me tornei uma pessoa tão fria e seca.
Acredito que só vou superar o meu medo quando eu descobrir isso...
E aí, eu vou levando e tentando..."


Fiquei muito feliz depois que li isso: consegui superar meus medos! E hoje, sinto que estou muito mais segura para tudo, até para errar.
Outra coisa legal: quebrei aquela casca que tinha e não sou mais aquela pessoa fria e seca!

Desde o ano passado, passei por muitas mudanças, muitos perrengues; muito difícil.
Mas foi graças a esse ano, que passei a ver a vida e as coisas de um jeito tão diferente.
É o que eu falo: existem perrengues necessários, mas precisamos selecionar e discerni-los dos inúteis.

Sei que outras mudanças estão chegando correndo nesse semestre e no ano que vem, mas acredito que, se não tivesse passado por tudo que passei, não as levaria da mesma forma. Estou mais otimista em relação às pedras que tropecei.
Tento lembrar delas com muito humor e orgulho.
"Há males que vem para o bem."
Sei que 'o bem' está pertinho de mim.

(Ai bem! rsrrsss Não resisti!)

É isso!
Queria aproveitar para agradecer muito às pessoas que me ajudaram a levantar cada vez que tropeçava.
Amo vocês!

=)

sábado, 5 de junho de 2010

"Segredos escrachados" de felicidade!

Estou muito feliz hoje: estou fazendo um ano de namoro com a pessoa que sempre sonhei.
Incrível como o tempo passou rápido, um ano voou!
Parece que foi ontem que, com cara de crianças travessas, começamos a namorar. E que sensação gostosa, foi receber aquela mensagem de texto dizendo: "Te amo, viu? Bom churrasco, minha namorada! :D Gostei disso! aeuhuaeauha"
Fiquei toda serelepe!

=)

Nesse ano superamos muita coisa, principalmente a distância. E como ela é difícil! Mas já estamos nos acertando para diminuí-la. Se Deus quiser, tudo vai dar certo!
Aliás, essa distância é só um pequeno inconveniente geográfico que vamos tirar de letra. pois nosso sentimento é muito maior e muito mais forte que o asfalto que nos separa!

O mais legal nesse 1º ano, foi ver como a gente dá certo junto.
Claro que às vezes rolam uma briguinhas, mas o jeito que resolvemos e relevamos é o que faz nosso relacionamento bonito.
Mas quase não brigamos, também.
É muito bom ter um namorado prestativo e um amigão do meu lado.
Com ele posso conversar, rir, brincar, chorar, desabafar... Posso ser honesta comigo mesma, e isso é essencial.
Gosto muito do jeito que me aceita e respeita do jeitinho que eu sou, mas gosto mais ainda dele tentando colocar meus pés no chão.
Ele me deu sobriedade e segurança.
Com ele do meu lado, não tenho medo de cair, pois sei que ele me segura!

Ele é romântico!
Sempre tem uma tiradinha sentimental e um sorriso bobo no canto da boca.
Me derreto toda com essas coisinhas.
Faz tudo ser perfeito, nossos momentos são os melhores.
Durmo com ele me fazendo cafuné e acordo com ele me olhando com cara de apaixonado.
Ouço declarações lindas todo dia. Mesmo!
Como sou feliz e amada!

Ele me completa como nenhuma outra pessoa no mundo. Chega a ser engraçado!
Já cansou de completar frases e, pode estar escuro, ele vem e fala: "nem adianta fazer essa carinha!"
Prevê minhas atitudes e opiniões como uma cigana velha!
Muito engraçado o jeito que ele me conhece.
Sabe até o que posso e o que não posso comer!
Cuida de mim tão bem. Acho que anda querendo barrar a minha mãe!


Pode parecer que tudo isso é demagogia, por isso também vou falar que, apesar de entender, não gosto muito do ciume, dele.
E como é ciumento, meu Deus!
Mas, mesmo sendo um poço de ciume, me dá liberdade porque sabe que não vivo sem ela.

Com ele tudo é mais colorido!
Vejo as coisas com outros olhos e por outro ângulo!
E meus pensamentos? Esses são muito mais doces! Ai ai! estou amando!
Ele adoça meus dias e tempera a minha vida!

Hoje me sinto uma vitoriosa por abrir mão do meu orgulho.
Por ele abri mão e passei por muita coisa.
Mas não me arrependo: mereceu o esforço!
Estar feliz ao lado dele, me mostrou uma coisa muito importante: lutar pelo que queremos e por quem nós amamos, vale a pena!
E como vale!
Isso deveria ser lei para todas as pessoas, pois faz um bem.
Vi que orgulho e mágoa não levam a nada, só ao recalque!

Estou feliz demais, hoje!
E ele, é um dos meus "Segredos escrachados" de felicidade!
Porque é um "Segredo escrachado"?
Porque isso não é segredo pra ninguém, mas vale como uma dica!

Ele acordou!
Vou dar um beijinho de bom dia nele e começar o nosso dia babando no sorrisinho bobo do meu eterno namorado!

. . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Nan,
Te amo demais, cada dia mais!

0=)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Insônia Amiga

Sempre tive insônia.
Minha mãe sempre fala de como era difícil me fazer dormir quando era um bebê. E, como se não bastasse, eu ainda pedia angú com feijão às duas da manhã.
É, minha mãe vai pro céu!
Isso não mudou muito: sempre faço boquinhas pesadas de madrugada. Um exemplo disso é que são quatro e meia da manhã e acabei de bater um prato de miojo com feijão.
Realmente tenho hábitos noturnos. Funciono melhor à noite: estudo, escrevo, penso, arrumo armário, tenho idéias, etc. É a noite que essas coisas ficam bem feitas.
Desde adolescente, meu avô me dá sermões da importância do sono noturno e seus benefícios para a saúde. Eu entendo, mas não tem jeito: fico uma semana dormindo cedo e minhas coisas realmente mudam, pra pior.
Sou assim. E a insônia sempre foi minha amiga, nunca me atrapalhou ou incomodou.

Até que hoje nós brigamos.


Quando estou bem com as coisas ao meu redor, a insônia não passa de uma atividade produtiva; mas quando estou mal, é um martírio.
Tudo que queria fazer era dormir para esquecer umas coisas que estão me incomodando, mas não consigo.
Já andei a casa toda, já comi, já vi um filme*, já sentei, e o pior, não consigo fazer mais nada a não ser remoer essas coisas ruins.
Estou escrevendo até para ver se eu consigo desabafar um pouco.
Sinceramente, hoje a insônia é minha maior inimiga.
E eu estou cansada. Ontem não dormi, estou virada, morrendo de sono, com dor de cabeça, toda lascada. Preciso dormir. Mas não vai dar.
Pois é, acho que a insônia só vai voltar a ser minha amiga, quando eu resolver meus problemas.
Poderia dizer que a insônia é uma amiga diferente: pois ela sempre vem. Mas quando estou bem, ela me ajuda, mas quando não estou 'lá essas coisas', ela me atrapalha.
Mas na verdade, estou errada: ela não atrapalha, pois estou aproveitando para pensar na minha vida. E isso é bom, muito bom.

Nunca é muito tarde para uma boa noite de insônia, assim organizamos os pensamentos e esvaziamos a mente, um pouco.

Nessa minha relação de amizade com a insônia, a única que sai prejudicada é a minha carcaça.
Amanhã estarei exausta. Quero nem ver.
Mas vale a pena. Preciso fazer uma faxina mental hoje.
Bem, já que é assim, acho que está na hora de eu pedir desculpas e fazer às pazes com a insônia.

E olha, que delícia! Meu sono está chegando.
Boa noite!

=)

*"A partilha". Muito bom por sinal, recomendo. Adoro o cinema nacional.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sonhos Secundários

Quando era mais nova, ouvia muito meu pai dizendo que nós tínhamos que ter uma meta, focar nela e as nossas prioridades deveriam estar nesse mesmo foco.
Minha mãe não era avessa ao meu pai e dizia que tínhamos que lutar pelos nossos sonhos.
Eles me deram bons exemplos de que isso funciona, tanto que eles conseguiram o que eles queriam fazendo isso.
Cresci nessa lógica. Sonhava, acreditava e dizia: "vai dar certo"
Foi então que comecei a descobrir uma coisa que eles não me falaram: nossas metas e nossos sonhos vão mudando com as situações. É como se elas tivessem o poder de colocar os nossos pés no chão e cortar nossas asas. Conforme vamos crescendo acreditamos menos em algumas coisas e em alguns sonhos, e isso chega a ser engraçado!
A ironia da vida é engraçada.
Porque quando somos crianças, acreditamos que "lutar pelos sonhos" é fácil. Como se fosse só acreditar, que tudo aconteceria.
Aí o tempo vai passando, crescemos, e a vida dá um 'tapa com luva de pelica' na nossa cara e fala: "Acorda! Pára de sonhar e vai atrás de um trabalho. Vai estudar e tenha pelo menos um diploma de Ensino Superior."
Não dá para viver de sonhos em uma sociedade capitalista. Sonhos e amor não põem a mesa!
Durante esse choque de realidade, nos desprendemos dos nossos sonhos e acabamos fazendo o que é conveniente.
É nessa hora que criamos "Sonhos Secundários". Esses são necessários e garantem nossa possível sobrevivência nessa sociedade.
Então o tempo vai passando, estamos quase alcançando nossos "Sonhos Secundários", quando olhamos pra trás e sentimos um gosto amargo.
Esse gosto amargo é uma sensação de fracasso que não tem como controlar.
Ver que você nem tentou é tão frustrante!
O ressentimento faz você sentir que é um fraco, um lixo.
Ao mesmo tempo, você começa a achar que é um ingrato por se lamentar disso.
Mas não tem muito o que fazer agora, né?
Não, tem sim!
Olha como a vida dá voltas: agora que já fizemos o que convém à sociedade, podemos nos permitir sonhar. Já temos um chão, podemos voar, porque, se cairmos, temos um chão para segurar.
Com chão, podemos abrir nossas asas, sem medo, correr e levantar vôo.
Espero conseguir voar, quando tiver o meu chão.
Quem consegue sonhar perto de tantas pessoas pessimistas é forte!
Quem consegue realizar esses sonhos é um herói!
Vamos ser heróis das nossas vidas e devolver o 'tapa de pelica'!
Viu como a ironia da vida é engraçada?

domingo, 30 de maio de 2010

Ah! O meu tempo! Era tão bom...

Hoje estava passeando pelo Orkut, quando dei de cara com uma comunidade muito nostálgica.
Eu já estava em uma muito parecida, mas não quis nem saber.
Entrei nela!
ahuahauaha
Aí comecei a escrever como era a minha infância.
Fiquei com um sentimento tão gostoso, que resolvi postar, para sempre me lembrar disso.
Então lá vai:

> Eu era do tempo em que
não era vergonha ser criança;
>Em que ir dormir na casa das amigas era o máximo, o auge. E que as tias (mães das amigas!) sempre mandavam a gente apagar a luz para dormir, aí a gente ficava cochichando até dormir;
>Em que a gente brincava de boneca até os 14 anos numa boa;
>Em que a gente queria ter peitos, e colocávamos meias por dentro da blusa;
>Em que quando tínhamos que usar sutiã, morríamos de vergonha;
>Em que ter namoradinho ou gostar de alguém era uma vergonha;
>Em que a mãe contava quando a gente menstruava, e todas as tias apertavam a nossa bochecha, e a gente tinha vontade de matar a mãe;
>Em que os telefones tinham 6 dígitos;
>Em que todas queríamos ser a Xuxa, a Mili, a Pata, a Angélica, o Power Ranger Rosa, a Mônica, uma das princesas da Disney;
>Em que brincávamos de escolinha, teatrinho, comidinha, vários piques;
>Em que antes de uma brincadeira a gente falava: "finge que eu sou..." e que o faz de conta era o máximo;
>Em que passar as férias na casa da vó era a coisa mais gostosa: juntavam os primos, a gente subia em árvores,comia jabuticaba no pé, acordava cedinho para brincar, de tarde tinha bolo e todas as brincadeiras eram deliciosas, e a tv... Tv?? Que tv? A gente tinha mil coisas para fazer do lado de fora. Tv era só quando chovia!;
>Em que tudo era mais fácil;
>Em que era o máximo saber as coreografias de todas as músicas;
>Em que esperávamos o menino certo para dar o primeiro beijo;
>Em que esperávamos anciosos a sexta feira: era o dia de brincar!;
>Em que gritávamos da janela do carro na copa: "Ei! vc aí! Torcemos pro Romário, pro Bebeto e pro Raí!";
>Em que andávamos a cidade inteira no dia de São Cosme e Damião com uma mochilinha, e depois contávamos e víamos quem tinha pegado mais!;
>Em que tinha o pirulito do zorro, o biscoito Franklin e a balinha de frumelo;
>Em que assistíamos o desfile das escolas de samba na Manchete;
>Em que falar de sexo, era um tabuzão;
>Em que a gente dançava É o Tchan! e queríamos dançar igual à Carla Perez (hahahhaa);
>Em que a gente pulava corda, elástico, carniça e pogobol;
>Em que a gente queria todos os brinquedos da Estrela e da Grow;
>Em que os meninos brincavam de Barbie com a gente e nós brincávamos de carrinho com eles;
.
.
.
Nossa, tem muito mais coisas!
Não tem como escrever tudo... =)

Minha infância foi perfeita!!!
E minha geração, foi a última a ter uma infância decente.
Éramos tão inocentes, o mundo era colorido, divertido e bonito.
Nem preciso falar de como é a infância hoje em dia... Uma vergonha!
Parece papo de velha, mas é verdade!

Nostalgia deliciosa de um tempo que, infelizmente, não volta mais...

. . .

Beijinhos para todos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Perrengue seletivo...

Pode parecer papo de velha, mas chega um momento em nossas vidas que começamos a analisar o que é importante e o que não é.
Quando era mais nova, passava por uns perrengues que hoje acho tão desnecessários. Também convivia com situações e pessoas que nada acrescentavam, e ainda atrapalhavam.
Hoje, estou num momento de total seleção do que preciso e do que posso viver muito bem sem. É o que eu chamo de perrengue seletivo!
Sabe aquelas situações que passamos e que depois chegamos em casa pensando: "por que eu passei por isso?"
Então! É exatamente disso que estou falando.
Não preciso mais aturar pessoas que dizem ser amigas e não são. Nem por situações constrangedoras desnecessárias.
Cansei de tentar agradar demais, isso faz mal para o ego, já que quanto mais tentamos agradar, mais nos traímos. Só precisamos tentar agradar, quem sabemos que não está muito satisfeito com nossa presença ou com a ocasião. Então tudo que fizermos, não vai melhorar isso.
Ao perceber que estamos fazendo isso em vão, lá se foi o nosso amor-próprio embora.

Parece que estou desistindo das relações pessoais, mas não é isso. Apenas estou cansada desse falso moralismo que nos circula. As pessoas preferem simular satisfação e discernimento das coisas, para não gerar descontentamento.
E tudo isso pra quê?
Pra parecerem educadas?
As pessoas podem ser sinceras e educadas.
A relação interpessoal é realmente complicada; 'entender pessoas' é tarefa para profissionais, e nem todos conseguem tal feito.
Entendo isso.
Mas já que é tão difícil, por que não, simplificar isso?
Basta sermos honestos com quem interagimos e com o que sentimos.

Então, como eu disse anteriormente, cheguei nesse momento da vida.
Analiso constantemente o que é relevante para minha evolução pessoal e emocional.
O que e quem não for, simplesmente dispenso com muita cortesia e educação.
Claro que existem perrengues necessários, e esses sempre nos levam ao conhecimento.
Não podemos dispensá-los.
Mas os outros, são supérfluos e inúteis.

É isso.
Quem quiser, também pode adotar o perrengue seletivo.
Faz bem pra alma, pro ego, simplifica as coisas e evita discórdias!

=)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Publicitários...



"Publicitário não come, degusta o produto.
Publicitário não cheira, sente a fragrância.
Publicitário não toca, examina o design.
Publicitário não dá a resposta, cria outra pergunta.
Publicitário não conquista, persuade.
Publicitário não tem destino, tem target.
Publicitário não ouve barulho, ouve ruído.
Publicitário não fala, envia mensagem verbal.
Publicitário não procura endereço, procura praça.
Publicitário não escuta, decodifica a mensagem.
Publicitário não tem idéia, tem insight.
Publicitário não recebe resposta, recebe feedback.
Publicitário não tem memória, tem repertório.
Publicitário não lê, decifra o código textual.
Publicitário não pergunta, faz pesquisa.
Publicitário não ouve música, ouve trilha sonora.
Publicitário não tem lista, tem mailing.
Publicitário não copia, se inspira.
Publicitário não vê outdoor, vê mídia exterior.
Publicitário não dirige, faz test-drive.
Publicitário não falece, apenas seu ciclo de vida chegou ao fim."


"Ser publicitário é fazer a mágica singular de transformar sonhos e idéias em algo verdadeiro que o ser humano realmente necessita que é: Prazer por viver!"

Como é gostoso ser uma Publicitária!!!
Tá! Sei que ainda não me formei, mas como diria meu professor: no sétimo período, falta só uma matéria e entregar a monografia, já somos publicitários!
Falta pouco para eu ter o meu tão batalhado e almejado diploma!!!
Se tudo der certo, só faltam 7 meses!

Me toquei disso hoje!
Aí tinha que postar, né!??

=D


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu encontrei...

"Eu encontrei alguém que me chame de linda ao em vez de gostosa.
Que deita comigo e escuta as batidas do meu coração.
Que permanece acordado só pra me olhar dormindo.
Eu encontrei o garoto que me beija na boca com muito amor, mas que também me beija na testa com muito respeito.
Encontrei alguém que me acha a menina mais bonita do mundo, mesmo quando estou sem nenhuma maquiagem.
Que insiste em me segurar pela cintura, mesmo comigo dizendo que estou gorda.
Que me abraça de surpresa na frente de todo mundo.
Que lembra de mim constantemente.
Que tanto se preocupa comigo e o como se sente sortudo por estar ao meu lado.
Encontrei aquele que esperava por mim.
Encontrei aquele que vira com orgulho para os amigos e diz : É ela!"


Eu encontrei você, Renan!
Te amo!

0=)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Carência ... Carence ... Carencia ... Carenza... Lack... Bedürftigkeit...

Ah! A carência. Um mal que atinge todos nós, no mundo todo. Basta estarmos vivos, que já sentimos uma pontinha de carência nos atormentando.
Algumas pessoas falam que a carência é amiga da solidão, eu já acredito que é do amor. A gente só se sente carente quando alguém que amamos fica distante de alguma forma, por algum momento, por algum motivo. Ou então, quando esse alguém nunca esteve presente da forma que nós queríamos.
Por isso eu digo: A carência e o amor caminham lado a lado.
Isso não quer dizer que, com a carência, não chegam tímidas a nostalgia e a tristesa.
Sim, elas chegam. E são elas que nos fazem perceber que estamos nos sentindo carentes e desamparados.
Não é feio se sentir carente, mesmo quando se está rodeado de mil pessoas maravilhosas. A carência faz parte dos sentimentos humanos, então todos estamos à mercê dela!

E como as pessoas são carentes!

Vemos carencias afetivas, emocionais, sociais, psicológicas... São muitas!
A pior carência é, de fato, a de amor. Mas não falo do amor de um homem para uma mulher, e sim, do amor fraternal; aquele amor incondicional.
Atualmente, é muito difícil encontrar o amor. É uma tarefa árdua. Uma vez que as pessoas têm tempo para tudo: para trabalhar, estudar, sair, dançar pagar contas, criar filhos, etc. Mas não têm para o mais importante: Para amar!
É tão difícil, assim, amar o próximo? Fazer o bem, sem olhar à quem?
Foram vários os líderes espirituais que aqui estiveram para nos doutrinar; são várias as religiões, e todos pregam e ensinam a mesma coisa: O Amor!
É tão simples e tão difícil amar!
E na falta do amor, chega a carência!
Algumas pessoas acreditam que ser amadas é a solução para todos os problemas, contudo, na contramão, pode aparecer a falta desse amor. E quem essas pessoas acabam encontrando? Ela, a carência!

A carência está por aí, por todos os lados, é só pararmos para olhar quando ela bate na nossa porta.
Qual a melhor maneira de resolver isso? Amando!
Se pararmos para pensar, conseguimos as coisas com muito mais facilidade quando enxergamos o outro, quando amamos o outro.
É aquela história da Lei da Ação e Reação ou Lei do Carma. (Postagem anterior.)
Então, meus carentes de plantão, eis a solução para esse sentimento tão sutil e tão arrebatador que aflige a alma dos seres humanos: Vamos plantar o amor, o melhor amigo da carência!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Karma Sucks!

Lei de Ação e Reação ou Lei do Carma:
"Tudo de bom ou ruim que você fizer hoje, algo de força equivalente amanhã irá lhe beneficiar ou prejudicar, seja nesta ou em outra vida. "A cada um será dado de acordo com suas obras." Não existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de Deus. Existe, sim, uma possível abreviação do carma. Através da prática do bem e da caridade, um espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica."

.
.
.

Tá bom!
Sei que já fiz as minhas besteiras, e a lei do Carma foi implacável comigo: Chegou detonando! Paguei direitinho o que eu tinha feito!
Comigo ela funcionou bem, e olha que eu nem fiz tanta coisa para merecer uma revanche do destino tão imediata!
Agora, eu ando meio revoltada com essa tal Lei do Carma!
Os funcionários da Repartição do Carma devem estar em greve, não é possível!!!
Vejo uma pessoa que não mede esforços para me fazer mal, ela não se dá por satisfeita de jeito nenhum.
Há um ano, ela vem com uma idéia mirabolante em cima da outra.
Tudo com o único intúito de atrapalhar, disseminar a discórdia, enfim: de fazer mal.
E eu só a vejo conseguir, com isso tudo, o que quer!
Poxa! Cadê a tal lei do Carma, que todos dizem ser impiedosa? Eu já vi que ela não perdoa, nem dá um tempinho pra pessoa se arrepender.

Poxa!
Será que dá para esses funcionários saírem da greve, e virem acertar umas continhas com uma certa pessoinha, que anda me incomodando bastante!?? Eles estão muito compassivos, pro meu gosto!
Não quero vingança: Quero um pouquinho de justiça da Lei do Carma... Só isso!

É isso!
De resto, está tudo lindo na minha vida!
Se bem que eu ando com uma saudade imensa do meu Mocoquinho!
Mas eu sei que o que a gente tem supera essa distância.
Nós somos um só!
^.^

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mal Acostumada

Nossa!
É incrível a facilidade que temos de nos acostumar com as coisas boas. Sei que dá para se acostumar com coisas ruins também, mas com as coisas boas, não tem jeito! A gente se apega de tal forma que, quando percebemos, não conseguimos mais ficar sem.
Um bom exemplo disso foi o meu último mês: Meu namorado mora longe, em Rio das ostras, e veio passar as férias em Petrópolis. Ficamos agarradinhos por um mês. Fazíamos tudo juntinhos, ele se adaptou à minha rotina, aos meus horários, aos meus hábitos, aos meus amigos e à minha família.
Nossa! Foi perfeito!
Não queria outra vida.
Parecia que nunca ia acabar.
Tudo ia às mil maravilhas, quando eu tive o choque de realidade: O mês, e as férias dele, acabaram!
Como isso aconteceu em cima do feriado, fui passar o feriado e o final de semana em Rio das Ostras. A volta para casa foi uma das piores coisas que me aconteceram.
Foi horrível entrar no meu quarto vazio: O cheirinho dele ainda estava lá e, quando percebi, eu estava sentada no chão, encolhida, chorando a alma.
Não estou com ânimo de nada. Não quero fazer nada. Só quero o colinho bom que eu tinha todo dia e toda noite.
Nossa! Como eu dormia bem com ele me fazendo cafuné!
O mais engraçado disso tudo é que eu achava que estava acostumada com a distância, que, por mais que seja difícil, eu acreditava que estava 'tirando de letra'.
Eu não fazia idéia da importância que ele tem, e da falta que ele faz na minha rotina.
Agora, mais que nunca, eu sei como ele é importante na minha vida e como eu o amo.
Não sabia que eu amava tanto uma pessoa!
Tenho certeza de que é ele o amor da minha vida.
Com ele que eu quero ficar!
=)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Idéias...

"Idéias são insights luminosos que, no melhor dos casos, acontecem quando nos desprendemos da realidade e mergulhamos na fantasia, privilégio de um mundo absolutamente infantil."

. . .

Ser Feliz Não é Pecado! ツ

Por mais que eu esteja em pleno inferno astral, e dessa vez acredito nisso mais que nunca, eu ando querendo alegrar mais a minha vida. Ando meio jururu, mas não quero ficar assim.
Desde o dia que eu descobri o livro "Doidas e Santas" da Martha Medeiros (Inclusive já falei desse dia no meu fotolog, também!), eu me descobri fã da autora.
Eu já conhecia suas crônicas, adorava encontrar uma crônica dela no jornal, mas o livro começou a fazer parte da minha rotina e, cada vez mais, me identifiquei com ela.
Acabou que eu fui descobrindo -e procurando!- crônicas dela em outros lugares.

Então, em homenagem à minha fase esquisita e à minha busca da felicidade que sempre tive, resolvi começar esse blog com essa crônica deliciosa:

"Felicidade é ter noção da precariedade da vida, é estar consciente de que nada é fácil, é não se exigir de forma desumana e, apesar (ou por causa) disso tudo, conseguir ter um prazer quase indecente em estar vivo.

A felicidade é desprezada por muita gente. A pessoa feliz sofre o preconceito de parecer uma pessoa vazia, sem conteúdo. No entanto, algo ela tem, senão não incomodaria tanto. Será que é porque ela nos confronta com nossa própria miséria existencial? É irritante ver alguém naturalmente linda, rica, simpática, inteligente, culta, talentosa, apaixonada e, ainda por cima, magra! Essa ninfa nunca ouviu falar em insônia, depressão, dívidas, mousse de chocolate?

Os felizes ainda estão associados ao padrão "comercial de margarina", portanto, costumam ser idealizados - e desacreditados. É como se fossem marcianos, só que não são verdes. Por isso, damos mais crédito aos angustiados, aos irônicos, aos pessimistas. Por não aparentarem possuir vínculo com essa tal felicidade, dão a entender que têm uma vida muito mais profunda. Você é feliz? Não espalhe, já que tanta gente se sente agredida com isso. Mas também não se culpe, porque felicidade é coisa bem diferente do que ser linda, rica, simpática e aquela coisa toda. Felicidade, se eu não estiver muito enganada, é ter noção da precariedade da vida, é estar consciente de que nada é fácil, é tirar algum proveito do sofrimento, é não se exigir de forma desumana e, apesar (ou por causa) disso tudo, conseguir ter um prazer quase indecente em estar vivo.

O psicanalista Contardo Calligaris certa vez disse uma frase que sublinhei: "Ser feliz não é tão importante, mais vale ter uma vida interessante". Creio que ele estava rejeitando justamente esta busca pelo kit felicidade, composto de meia dúzia de realizações convencionais. Ter uma vida interessante é outra coisa: é cair e levantar, se movimentar, relacionar-se com as pessoas, não ter medo de mudanças, encarar o erro como um caminho para encontrar novas soluções, ter a cara-de-pau de se testar em outros papéis - e humildade para abandoná-los se não der certo. Uma vida interessante é outro tipo de vida feliz: a que passou ao largo dos contos-de-fada. É o que faz você ter uma biografia com mais de 10 páginas.

Se você acredita que ser feliz compromete seu currículo de intelectual engajado, troque por outro termo, mas não cuspa neste prato. Embriague-se de satisfação íntima e justifique-se dizendo que é um louco, apenas isso. Como você sabe, os loucos sempre encontram as portas do céu abertas.

Rita Lee, que já passou por poucas e boas, mas nunca se queixou de não ter uma vida interessante, anos atrás musicou com Arnaldo Batista estes versos: "Se eles são bonitos, sou Alain Delon/ se eles são famosos/ sou Napoleão/se eles têm três carros/ eu posso voar". Também faço da Balada do Louco meu hino, que assim encerra: "Mais louco é quem me diz que não é feliz".

Eu sou feliz."


Martha Medeiros